Mood: a-ok
Now Playing: 07/JUNHO/2008
Topic: Editor MARCORELHO
Faço agora uma pausa nesta minha coluna que aborda somente assuntos de caráter misterioso, justamente para homenagear dois amigos meus que partiram para o Outro Lado neste ano de 2004.
No começo do ano, o Og Antônio Avelar Teixeira nos deixou prematuramente.
Ele foi meu amigo de infância, ou melhor, sempre o será, pois amigos são eternos.
Como se não bastasse o baque que sofri ao saber do “embarque antes do tempo” do Og, um outro amigo resolveu acompanhá-lo também...
Partiu neste final de semana passado, o querido Antônio Carlos Leão Basílio!
Ele, foi para mim, uma pessoa que marcou minha vida.
Vou contar o porquê desta feliz observação.
Mudamos para Formiga em março de 1960, quando eu tinha 5 anos de idade. Papai (até então Juiz de Direito de Corinto), fora promovido para essa cidade que passou a ser para nós todos lá de casa a nossa verdadeira terra-mãe, como tantas vezes afirmei e comentei durante a época da coluna “Formiga e Seus Causos”.
Três anos exatamente depois, ou seja, em março de 1963 comecei minha vida escolar.
No primeiro dia de aula, como não podia deixar de ser, eu estava muito ansioso. Não me recordo muito bem como fomos para a Escola Normal, se fomos a pé ou de táxi, pois ainda não tínhamos carro. Isso não importa, só sei que, como sempre, o papai tirou fotos minhas na porta de casa. Meio sem jeito, fui fotografado com o uniforme novinho e as minhas irmãs me dando “até logo”. Despedi das duas, mais a mamãe, e parti para a nova empreitada!
Ao chegar na Escola, meu querido e saudoso genitor me apresentou à nova professora: D. Madalena. Simpática como de hábito, ela me conduziu ao galpão da Escola, onde todos os novos colegas já estavam perfilados, acho que para rezar uma Ave-Maria, antes de entrar para a sala de aula. É claro, eu estava nervoso, além de, evidentemente, envergonhado e me sentindo abandonado.
Timidamente e perdido, fiquei postado no lugar que me indicaram, mas quando me preparava para rezar (eu acho), o colega da frente, todo solícito me disse assim: “Olha, você tem que ficar com os pés neste ladrilho exatamente!”. Ou seja, cada aluno deveria colocar seus pés no quadro que correspondia ao ladrilho do chão.
Agradeci à cortesia do colega e passei a admirá-lo a partir de então, por causa disso. Aquele seu pequeno – mas significativo – gesto representava muito para mim, que naquela altura, estava sem saber o que fazer. Era como se alguém me desse a mão ao caminhar no escuro sem rumo.
Quem era essa pessoa gentil? Ninguém menos, senão o próprio Antônio Carlos!
Assim, a partir de então nos tornamos grandes amigos! Inseparáveis durante um bom tempo!
Essa foi, portanto, a minha primeira amizade verdadeira!
Afinal, parafraseando aquele famoso anúncio: “O primeiro amigo, a gente nunca esquece!”
Durante um longo período, ele, além de sua irmã, Carmem, bem como o Og e eu, íamos juntos para a aula, sempre conduzidos no jipe preto pelo simpático Sr. Onofre, pai do Og.
Bons e inesquecíveis tempos aqueles!
Os amigos nos deixam, mas suas presenças ficam para sempre.
Ficam impregnadas em nossas mentes, até o dia em que nos reencontraremos novamente!
Certamente, no dia desse reencontro, relembraremos aqueles, que foram os momentos mais felizes de nossas vidas!
Vão em paz, Antônio Carlos e Og!
“Um dia, nóis topa de novo!”
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