Mood: sharp
Now Playing: Pub. em 14/Maio/2008
Formiguenses ausentes se reúnem para falar da saudade da terra natal
Estou aqui no escritório imaginando com estará Formiga agora pela manhã, cheia, imagino!. É como se fosse hoje que eu lembro dos vários desfiles que participei. A começar pelos dias que antecediam o Dia da Cidade. Lembro dos ensaios da Fanfarra, sempre as 16 horas, com o saudoso Sr. Helio Vaz e o maestro Orlando presentes. Que bons tempos. De tempos em tempos coloco para ouvir, o CD onde está gravado um filme feito em 1968 no Parque da Gameleira (muitos devem lembrar) e várias gravações que o Márcio Bulau (meu irmão) fazia. Foram tempos inesquecíveis e memoráveis. Tenho dezenas de fotos daquela época. Lembram da Valéria Mezêncio, Vera Porto e Tais como balizas?
Ainda tem a época do Tiro de Guerra. Lembro que abríamos o desfile. Ainda tinha o Colégio Santa Teresinha, que todos esperavam com ansiedade, pois, queriam ver as "gatas". O Colégio Antonio Vieira, com aquela cambada de homem e também, o Colégio de Aplicação. Enfim, são momentos que emocionam e dão saudades.
Hoje, eu devia estar em Formiga relembrando e vendo o desfile, mas, os afazeres profissionais me impedem de ir.
PARABÉNS, FORMIGA, PELOS 150 ANOS DE PROSPERIDADE E DAS ALEGRIAS QUE JÁ NOS PROPORCIONOU.
Marcelo
Faço agora uma pausa nesta minha coluna que aborda somente assuntos de caráter misterioso, justamente para homenagear dois amigos meus que partiram para o Outro Lado neste ano de 2004.
No começo do ano, o Og Antônio Avelar Teixeira nos deixou prematuramente.
Ele foi meu amigo de infância, ou melhor, sempre o será, pois amigos são eternos.
Como se não bastasse o baque que sofri ao saber do “embarque antes do tempo” do Og, um outro amigo resolveu acompanhá-lo também...
Partiu neste final de semana passado, o querido Antônio Carlos Leão Basílio!
Ele, foi para mim, uma pessoa que marcou minha vida.
Vou contar o porquê desta feliz observação.
Mudamos para Formiga em março de 1960, quando eu tinha 5 anos de idade. Papai (até então Juiz de Direito de Corinto), fora promovido para essa cidade que passou a ser para nós todos lá de casa a nossa verdadeira terra-mãe, como tantas vezes afirmei e comentei durante a época da coluna “Formiga e Seus Causos”.
Três anos exatamente depois, ou seja, em março de 1963 comecei minha vida escolar.
No primeiro dia de aula, como não podia deixar de ser, eu estava muito ansioso. Não me recordo muito bem como fomos para a Escola Normal, se fomos a pé ou de táxi, pois ainda não tínhamos carro. Isso não importa, só sei que, como sempre, o papai tirou fotos minhas na porta de casa. Meio sem jeito, fui fotografado com o uniforme novinho e as minhas irmãs me dando “até logo”. Despedi das duas, mais a mamãe, e parti para a nova empreitada!
Ao chegar na Escola, meu querido e saudoso genitor me apresentou à nova professora: D. Madalena. Simpática como de hábito, ela me conduziu ao galpão da Escola, onde todos os novos colegas já estavam perfilados, acho que para rezar uma Ave-Maria, antes de entrar para a sala de aula. É claro, eu estava nervoso, além de, evidentemente, envergonhado e me sentindo abandonado.
Timidamente e perdido, fiquei postado no lugar que me indicaram, mas quando me preparava para rezar (eu acho), o colega da frente, todo solícito me disse assim: “Olha, você tem que ficar com os pés neste ladrilho exatamente!”. Ou seja, cada aluno deveria colocar seus pés no quadro que correspondia ao ladrilho do chão.
Agradeci à cortesia do colega e passei a admirá-lo a partir de então, por causa disso. Aquele seu pequeno – mas significativo – gesto representava muito para mim, que naquela altura, estava sem saber o que fazer. Era como se alguém me desse a mão ao caminhar no escuro sem rumo.
Quem era essa pessoa gentil? Ninguém menos, senão o próprio Antônio Carlos!
Assim, a partir de então nos tornamos grandes amigos! Inseparáveis durante um bom tempo!
Essa foi, portanto, a minha primeira amizade verdadeira!
Afinal, parafraseando aquele famoso anúncio: “O primeiro amigo, a gente nunca esquece!”
Durante um longo período, ele, além de sua irmã, Carmem, bem como o Og e eu, íamos juntos para a aula, sempre conduzidos no jipe preto pelo simpático Sr. Onofre, pai do Og.
Bons e inesquecíveis tempos aqueles!
Os amigos nos deixam, mas suas presenças ficam para sempre.
Ficam impregnadas em nossas mentes, até o dia em que nos reencontraremos novamente!
Certamente, no dia desse reencontro, relembraremos aqueles, que foram os momentos mais felizes de nossas vidas!
Vão em paz, Antônio Carlos e Og!
“Um dia, nóis topa de novo!”
O “causo” desta edição é de autoria do estimado amigo Saulo Augusto Costa, companheiro de infância dos meus irmãos, Márcio e Marcelo que, juntamente com o Oto, Ciro, Major (saudoso Ricardo Rocha), Stélio, dentre outros que conviveram naquela época de ouro, tinham muitas “aventuras” (algumas impublicáveis) para contar. Passo-lhe, pois, a “caneta cibernética” para contar a todos um “percalço” que lhe aconteceu certa feita:
"No mês de junho e julho dos anos 60, quando eu era um pré-adolescente (para falar a verdade, nem sei se já saí desta fase) tínhamos o costume de comemorar em minha casa, o dia de São João, São Pedro e Santo Antonio, como, creio eu, acontecia na maioria das residências da época.
Era uma festona só. O nosso quintal era muito grande - ainda morávamos na rua da cadeia, mas na casa do ‘seu’ Augusto. Era uma casa antes do armazém que ele tinha na esquina.
As famílias do meu pai e de minha mãe iam também para o quintal, quando nos reuníamos todos em volta de uma grande fogueira que, eu e meu irmão Fernando, ajudávamos nosso pai a fazer.
Diversão total! Tinha foguete, busca-pé e a gente podia soltar bombinhas, além daquelas belas ‘chuvas de prata’. Era tudo muito bem vigiado pela família que fazia as comidas tradicionais, além de colocar batata doce na brasa, milho verde. Era uma farra só.
O fundo da nossa casa dava para o fundo do terreno do Colégio Antonio Vieira que era enorme, porque tinha um campo de futebol onde jogávamos sempre que houvesse oportunidade, como também dava para descansar à sombra dos enormes eucaliptos. Bem no fundo do mesmo terreno, o Tenente Oscar sempre plantava milho. Era um milharal danado.
Naquela altura, o milharal já estava seco. Passadas as festas, resolvi fazer uma exploração ‘cotidiana’ dentro de casa. Eis que, de repente, me deparei com uma caixa de foguetes bem em cima do guarda-roupa.
Meus olhos se encheram de brilho (lá vem safadeza). Escondido de todos, peguei o foguete, depois uma caixa de fósforos e tomei o rumo do quintal. Olhei par os lados para ver se não tinha ninguém por perto, peguei um palito de fósforo e risquei.
Peguei o foguete e o apontei em direção ao milharal e ‘bum’! Pra quê! Bem, vocês imaginam o pânico que eu fiquei depois que entrei em casa e vi aquela fumaceira toda surgindo do quintal! Minha mãe veio chegando e perguntado o que havia acontecido.
Naquela altura, eu já havia escondido o foguete e disse-lhe que não sabia de nada. E vieram os vizinhos de cima (da Madeireira São José) muito apavorados. Sabem o que eu fiz? Saí de fininho e corri feito um louco rua acima até chegar à Matriz e rezei prometendo nunca mais soltar foguete. Fiquei lá um bom tempo, esperando me acalmar.
Na volta, não havia mais movimento, estava tudo calmo, subi no muro e vi o milharal todo queimado e soltando ainda fumaça! Entrei para dentro de casa, esperando que minha mãe naquela bagunça toda não tivesse reparado no meu sumiço... Que sufoco!”.
A história acaba aqui. O querido Saulo não me disse se sua família descobriu ou não o autor da proeza. Quem sabe, não será agora que eles vão descobrir quem é o “Nero” da família? NOTA: Em outubro próximo, haverá outro encontro da turma “Formigueiro” no Bar Amarelinho. Os amigos formiguenses daquele tempo renovarão o estoque de “causos” e, evidentemente, sairei lucrando! Eu não. Nós todos...